Por Sandra Monteiro, da Redação
A participação das mulheres na política tem crescido de maneira significativa em diferentes países, incluindo o Brasil, e essa ascensão está começando a transformar o cenário político de forma profunda e duradoura. À medida que mais mulheres assumem cargos de liderança e participam ativamente na formulação de políticas públicas, a dinâmica das decisões políticas muda, refletindo uma diversidade de perspectivas que antes eram amplamente sub-representadas.
Historicamente, as mulheres enfrentaram inúmeras barreiras para entrar na política, desde a falta de apoio até a discriminação de gênero e a ausência de redes de influência que pudessem promover suas carreiras. No entanto, nos últimos anos, as mulheres têm adotado estratégias eficazes para superar essas barreiras, como o fortalecimento de redes de apoio mútuo, a formação de coalizões políticas femininas e o uso de plataformas digitais para amplificar suas vozes e alcançar eleitores de forma mais direta.
Um dos impactos mais notáveis da crescente participação feminina na política é a promoção de políticas públicas que abordam questões frequentemente negligenciadas por um cenário político tradicionalmente dominado por homens. Mulheres em cargos de poder têm impulsionado políticas voltadas para a igualdade de gênero, saúde pública, educação e proteção ambiental. Essas políticas não apenas beneficiam diretamente as mulheres, mas também promovem o bem-estar de toda a sociedade. No Brasil, por exemplo, legisladoras têm sido fundamentais na criação de leis que visam proteger as mulheres contra a violência de gênero e garantir direitos reprodutivos.
A maior representatividade feminina na política também está transformando a governança. As mulheres trazem para a arena política estilos de liderança que valorizam a colaboração, o consenso e a inclusão, contrastando com os modelos mais hierárquicos e competitivos que tradicionalmente predominam na política. Esse enfoque colaborativo tem o potencial de criar ambientes de tomada de decisão mais equitativos e eficazes, onde diferentes vozes e perspectivas são ouvidas e consideradas.
No contexto global, o aumento da participação das mulheres na política é evidente em muitos países. Em países escandinavos, por exemplo, a presença expressiva de mulheres nos parlamentos tem levado a um aumento na adoção de políticas sociais progressistas. Nos Estados Unidos, a “onda rosa” nas eleições de meio de mandato de 2018 trouxe um número recorde de mulheres para o Congresso, muitas das quais estão liderando iniciativas sobre direitos humanos, justiça social e reforma política.
No Brasil, a presença de mulheres na política tem sido impulsionada por legislações que estabelecem cotas de gênero nas candidaturas eleitorais, obrigando os partidos a incluírem pelo menos 30% de mulheres em suas listas. Embora essa medida tenha contribuído para aumentar a participação feminina, ainda há muitos desafios, como o financiamento desigual de campanhas e a resistência nos próprios partidos políticos. No entanto, as mulheres brasileiras estão encontrando maneiras de se afirmar, e o cenário político está começando a refletir essa mudança.
A ascensão das mulheres na política não é apenas uma questão de representatividade, mas também de transformar a forma como as políticas são feitas e implementadas. Com mais mulheres no poder, há uma maior atenção às questões de igualdade e justiça social, e as decisões políticas se tornam mais inclusivas e refletivas das necessidades de toda a população. A diversidade de gênero na política é essencial para a construção de sociedades mais justas e equitativas, onde todas as vozes têm a oportunidade de ser ouvidas e respeitadas.
À medida que o Brasil se aproxima de mais um ciclo eleitoral, o papel das mulheres na política torna-se ainda mais importante. Sua participação ativa é fundamental para garantir que o processo democrático seja verdadeiramente representativo e que as políticas públicas atendam às necessidades de todos os cidadãos. O futuro da política brasileira, assim como o de muitos outros países, depende da contínua ascensão das mulheres e de sua capacidade de transformar o cenário político para melhor.