Por Sandra Monteiro
Gaslighting é uma forma de manipulação psicológica que visa fazer a vítima duvidar de sua própria percepção da realidade. Essa técnica é utilizada por indivíduos ou grupos para exercer controle e poder sobre outra pessoa, minando sua confiança e autoestima. O termo gaslighting teve origem no filme “Gaslight” de 1944, no qual o personagem principal manipula sua esposa para fazê-la acreditar que está ficando louca.
Uma das principais características do gaslighting é a negação ou minimização dos sentimentos e experiências da vítima. O agressor constantemente desqualifica as emoções da pessoa, fazendo-a sentir-se confortável e exagerada em suas reações. Além disso, o manipulador muitas vezes distorce a memória de acontecimentos passados, gerando confusão e dúvida na mente da vítima.
A descredibilização é outra tática comum no gaslighting. O agressor procura constantemente desqualificar as opiniões e ideias da vítima, levando-a a duvidar da sua capacidade de tomar decisões e julgar situações. Isso cria uma dinâmica em que a vítima se torna cada vez mais dependente do agressor para obter validação e aprovação.
Além disso, o agressor pode buscar isolar a vítima, minando suas relações sociais e tornando-se a única fonte de validação. Esse isolamento dificulta ainda mais para a vítima a busca de apoio e perspectivas externas. Com o tempo, a vítima pode começar a notar uma mudança gradual em seu comportamento e autoestima, resultante das constantes manipulações e dúvidas semeadas pelo agressor.
Para se defender do gaslighting, é crucial que a vítima atinja a confiança em si. Lembrar-se de que suas percepções e sentimentos são válidos é fundamental para resistir à manipulação. Além disso, manter registros escritos de eventos, conversas e interações pode ser uma forma eficaz de contrapor a ocorrência de ocorrência da realidade.
Buscar apoio externo é igualmente importante. Conversar com pessoas de confiança sobre a situação pode fornecer perspectivas objetivas e validar as emoções da vítima. Estabelecer limites claros com o agressor também é essencial. Não ceder à pressão para aceitar versões distorcidas da realidade é fundamental para manter a própria integridade.
Em casos mais graves, tomar precauções legais pode ser necessário. Isso pode envolver a busca por ordens de restrição, como medidas protetivas, ou o envolvimento de autoridades para garantir a segurança da vítima. Documentar, detalhadamente, incidentes, mensagens e comportamentos do agressor é vital para casos que necessitem de medidas legais.