Por Sandra Monteiro
O câncer de mama é uma doença que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, sendo uma das principais causas de morte relacionadas ao câncer. Essa condição grave exige uma abordagem abrangente, envolvendo informações precisas, diagnóstico precoce e tratamento eficaz.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres em todo o mundo, representando cerca de 25% dos casos de câncer feminino. Estima-se que, globalmente, mais de 2 milhões de mulheres foram diagnosticadas com câncer de mama em 2022, resultando em aproximadamente 685 mil mortes. Esses números são alarmantes e ressaltam a importância de medidas preventivas e diagnóstico precoce.
O diagnóstico precoce desempenha um papel crucial na luta contra o câncer de mama. Quando detectado em iniciais, o tratamento pode ser mais eficaz, aumentando as chances de cura e a necessidade de intervenção mais invasiva. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a taxa de sobrevida em cinco anos para pacientes com câncer de mama em estágio inicial é superior a 90%. Por outro lado, quando o câncer é detectado em avançado, a taxa de sobrevivência diminui significativamente.
Os métodos de diagnóstico precoce incluem o autoexame das mamas, exames clínicos e mamografia. O autoexame é uma prática importante para que as mulheres conheçam o próprio. No entanto, vale ressaltar que o autoexame não substitui a avaliação médica regular. Os exames clínicos realizados por profissionais de saúde capacitados podem identificar possíveis anormalidades que não são identificadas no autoexame.
A mamografia é considerada o principal exame para o rastreamento do câncer de mama em mulheres assintomáticas. Trata-se de um exame de imagem que permite identificar lesões suspeitas antes mesmo de serem palpáveis. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, recomenda-se que mulheres entre 40 e 69 anos realizem uma mamografia a cada dois anos. No entanto, cada caso deve ser avaliado individualmente, levando em consideração fatores de risco, histórico familiar e recomendações médicas.
Conversamos com a Dra. Ana Silva, mastologista renomada, que destacou a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. Segundo ela, “o diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento bem-sucedido. Quando a doença é detectada em estágios iniciais, as opções terapêuticas são mais amplas, permitindo intervenções menos agressivas e aumentando as chances de cura”.
Além do diagnóstico precoce, a conscientização sobre os fatores de risco e a adoção de um estilo de vida saudável são fundamentais na prevenção do câncer de mama. Estudos mostram que fatores como obesidade, consumo excessivo de álcool e falta de atividade física estão associados a um maior risco de desenvolvimento da doença. Portanto, manter um peso adequado, adotar uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente são medidas que podem reduzir as chances de desenvolver câncer de mama.
Em termos de tratamento, uma abordagem para o câncer de mama varia de acordo com o estágio da doença. O tratamento geralmente envolve cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal ou imunoterapia, ou uma combinação dessas opções, dependendo das características específicas do tumor e das necessidades individuais do paciente.
Conversamos também com o Dr. Carlos Santos, conceituado oncologista, que ressaltou a importância de um tratamento multidisciplinar no combate ao câncer de mama. Segundo ele, “a equipe médica, composta por mastologistas, radiologistas, oncologistas e cirurgiões, trabalha em conjunto para determinar a melhor estratégia de tratamento, visando oferecer a melhor chance de cura e qualidade de vida para o paciente”.
No entanto, é importante mencionar que cada caso é único, e o tratamento deve ser personalizado de acordo com as características individuais da paciente. Por isso, é fundamental que as mulheres diagnosticadas com câncer de mama busquem o acompanhamento de uma equipe médica especializada e sigam rigorosamente as recomendações médicas.
Além disso, a pesquisa e o desenvolvimento de novas terapias e tratamentos para o câncer de mama estão em constante progresso. A medicina de precisão, por exemplo, tem desempenhado um papel cada vez mais importante no diagnóstico e tratamento individualizado da doença. Essa abordagem utiliza informações genéticas e moleculares para identificar alvos terapêuticos específicos e personalizar o tratamento de acordo com as características genéticas do tumor.
É fundamental que a sociedade como um todo esteja engajada na luta contra o câncer de mama. A conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce deve ser amplamente disseminada, incentivando as mulheres a realizar exames regulares e buscar orientação médica caso note alterações nas mamas. Campanhas de conscientização, programas de rastreamento e acesso facilitado aos serviços de saúde são essenciais para combater essa doença e reduzir seu impacto.