Sou conhecida nas redes por Beth Ghimel, meu nome artístico baseado em duas letras hebraicas que representam meu nome de batismo, Elizabeth, então sou Beth mesmo. Tenho 60 anos, sou mãe de dois rapazes e avó de três netas, sendo uma do coração. Sou pagã e sim, creio em Deus. Falei pagã, não ateia. São coisas diferentes. Sou muito caseira e amo estudar o ser humano. Principalmente o cérebro. Então, “devoro” o que puder de neurociência e psicologia, mesmo não sendo psicóloga. Optei por ser Terapeuta Integrativa para poder explorar não só as emoções, mas outros aspectos de cura.
Redação Mundo d’Elas: Como você descreveria a evolução da participação das mulheres na sociedade ao longo das últimas décadas? Quais os avanços mais marcantes, na sua opinião?
Beth Ghimel: Pensar que vivi seis décadas e acompanhei uma parte significativa da história do meu país, é gratificante. Eu não li nos livros. Eu estava lá! Vi minha geração passar do medo na ditadura, nasci durante ela, e principalmente as mulheres ganharem espaço. Ainda pequeno, mas mais do que a geração do início do século XX. Hoje, a mulher acompanha o homem quase em pé de igualdade e se impõe, apesar do mainsplaning e misoginia ainda muito latentes no Brasil, e ganha cada vez mais espaço.
Redação Mundo d’Elas: Quais são, no seu entender, os principais desafios que as mulheres enfrentam atualmente na busca pela igualdade de gênero?
Beth Ghimel: Numa sociedade preconceituosa, machista, comandada por uma religiosidade de maioria castradora e acostumada a ver como normal que só a mulher tenha jornada tripla, como mãe, profissional e esposa é muito difícil subir o degrau da igualdade. Porém, a passos lentos, estamos conseguindo nos impor
Redação Mundo d’Elas: Como você vê a representatividade das mulheres em posições de liderança e poder? Acredita que ainda há um longo caminho a percorrer nesse sentido?
Beth Ghimel: Sim. Muito longo. O Brasil tende ao patriarcado e são pouca mulheres que têm o carisma político necessário para arregimentar um número significativo de eleitores. A última tentativa de um governo feminino foi uma isca perfeita para um impeachment, tirando a chance de mais oportunidades no comando do país. E, em menor escala, o mesmo acontece nos estados e municípios.
Redação Mundo d’Elas: Acha que, para as mulheres, existe uma conciliação adequada entre vida profissional e pessoal?
Beth Ghimel: Com certeza há. Caso tenha um parceiro, a divisão de tarefas domésticas e com filhos é um caminho para essa conciliação.
Redação Mundo d’Elas: Como a Beth definiria a Beth?
Beth Ghimel: Uma mulher que ainda tem muito a aprender e mudar.